Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O empresário Arthur Washeck confessou ser o mandante da gravação da fita que deu origem às denúncias de corrupção na Empresa dos Correios e Telégrafos (ECT). Washeck é proprietário da Comercial Alvorada de Manufaturados (Conam), sediada em Brasília.
Washeck fez a confissão, hoje (14), em depoimento à Polícia Federal, na capital federal. "Ele afirmou que foi realmente o responsável em planejar e contratar o serviço de Joel Santos Filho para realizar a filmagem", dissse o delegado Luís Flávio Zampronha.
O advogado Joel já havia confessado que realizou a gravação da cobrança de propina de Maurício Marinho, então chefe de Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios.
O empresário confirmou também que logo depois, encaminhou a fita para Antonio Osório, ex-diretor administrativo dos Correios. O delegado conta que Arthur não soube dizer se Osório "realmente recebeu" o material "porque a entrega foi feita por meio de um motoboy" e não teve informações se realmente Osório recebeu essa gravação".
Antes do depoimento, em entrevista à imprensa, o advogado de Arthur havia afirmado que o objetivo da gravação era denunciar o esquema de corrupção, porém Osório é mencionado na fita, por Marinho, como uma das pessoas que integrava o esquema.
Segundo o delegado, no depoimento Arthur afirmou que o objetivo era atingir Marinho e que acreditava que Osório não tinha conhecimento da corrupção. "Ele afirma que o objetivo era afastar Marinho do cargo, não tinha interesse nenhum em prejudicar Osório", diz Zamprunha.