Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - Pesquisa elaborada pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) e do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ) revela que a indústria de vestuário fluminense tem os produtos de mais alto valor agregado do país destinados à exportação.
No ano passado, o Rio exportou US$ 19,6 milhões de produtos relacionados à moda, o que significou crescimento de 24% em comparação com 2003, superando a média de aumento nacional, que foi de 17,7%. Segundo a pesquisa, os itens comercializados pela indústria fluminense em 2004 alcançaram US$ 34,99 por quilo, contra US$ 15,13 por quilo para a média nacional.
A tendência de valorização dos produtos fluminenses acentuou-se no primeiro trimestre deste ano. O preço médio exportado atingiu US$ 51,86 por quilo, com aumento de 48,20% em relação ao mesmo período de 2004, enquanto a média nacional subiu 18,71%, chegando a US$ 19,69 por quilo.
Segundo o assessor do Centro Internacional de Negócios da Firjan João Paulo Alcântara, o aumento do valor agregado indica mudança do perfil do produto exportado pelo estado. "O Rio tem exportado produtos com maior valor agregado que indicam uma sofisticação, ou seja, que o estado está trabalhando mais com o segmento de moda do que com vestuário propriamente dito".
De acordo com Alcântara, esse ganho resulta também da utilização de outros meios de produção para diferenciação do produto final, como bordadeiras e processos artesanais. Ele destaca o trabalho de inserção do produto no mercado externo, como o evento Fashion Business, cuja sexta edição começa quarta-feira (15), no Museu de Arte Moderna do Rio.
Esses fatores levaram a indústria do Rio de Janeiro à terceira posição no ranking nacional de exportação de vestuário, abaixo apenas dos grandes produtores - São Paulo e Santa Catarina - que, entretanto, não participam desse segmento de mercado mais sofisticado.