Nove Parcerias Público-Privadas podem revitalizar ferrovias brasileiras

12/06/2005 - 8h59

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – Nove projetos já analisados pelo governo federal poderão representar investimentos adicionais para o setor ferroviário brasileiro. As chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs) somariam R$ 11,3 bilhões de investimentos para os próximos quatro anos.

Entre esses projetos, destacam-se a linha Guarapuava-Ipiranga, no Paraná, com recursos de R$ 450 milhões. Também o Ferroanel de São Paulo, estimado em R$ 850 milhões e a Ferrovia Norte/Sul, cujo projeto prevê a expansão de mais de 635 quilômetros. "São esses os 3 principais projetos desses 9 enumerados que podem ser de uso de uma PPP", afirmou à Agência Brasil o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça.

Outros dois projetos de expansão incluem a reestruturação da Brasil Ferrovias, realizada pelo governo federal há menos de um mês, com participação dos fundos de pensão e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E também do projeto esperado com muita expectativa pelo setor ferroviário que é o projeto da Nova Transnordestina, com aporte do BNDES e do governo federal.

Com esses projetos de expansão, o diretor-executivo da ANTF argumentou que o Brasil poderá crescer sua malha ferroviária e "voltar a ter um número mais compatível com a geografia brasileira". O país já deveria estar hoje com mais de 54 mil quilômetros de ferrovias, contra os 29 mil quilômetros atuais. Rodrigo Vilaça acredita que os projetos de expansão poderão levar o Brasil a chegar até 2010 próximo de 34,5 mil quilômetros, "o que já significaria uma grande evolução, em virtude de estarmos estagnados há mais de 40 ou 50 anos, sem construção de boas ferrovias". Vilaça lembrou que em 1958, o Brasil chegou a ter 38 mil quilômetros de ferrovias, dos quais somente 28,5 mil quilômetros foram concedidos à iniciativa privada. "Os outros 10 mil não existem mais", constatou.