''Não existe mecanismo de participação da população na política econômica'', diz diretor da Abong

01/05/2005 - 18h34

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Para o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Organizações Não Governamentais (Abong), José Antônio Moroni, não existe nenhum mecanismo de participação direta da população na definição das políticas econômicas do país. "Depois de muita pressão, a sociedade civil criou espaços de participação na política social, como os conselhos de saúde, de assistência social, dos direitos da Criança e do Adolescente. E a nossa grande luta hoje é para que se criem esses espaços na definição da política econômica", afirmou.

Ele ressalta que não é somente no momento das eleições que o cidadão tem direito de participar das decisões do país. "Não dá mais para a política econômica, que condiciona a vida de todos os brasileiros, ser decidida entre o governo e organismos internacionais, que é o que ocorre hoje", disse José Antônio.

Na opinião dele, a participação da sociedade civil no Conselho Monetário Nacional (CMN) deixaria as decisões mais transparentes. "As decisões do governo têm que ser públicas, transparentes, não podem ser coisas fechadas que a gente só fica sabendo o que decidiram. Temos que saber porque decidiram. A nossa estratégia na participação no Conselho Monetário Nacional é torná-lo um espaço institucional e público."