Bancos Centrais de Brasil, Argentina e Venezuela querem impedir lavagem de dinheiro

30/04/2005 - 11h32

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os Bancos Centrais do Brasil, da Argentina e da Venezuela vão trabalhar em parceria para impedir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo nesses países. Os temas devem ser fortalecidos na agenda regional das três nações e serão criadas normas de capacitação técnica para o controle de suspeitas de vinculação com esses crimes. Esta foi uma das decisões tomadas pelos presidentes dos Bancos Centrais dos três países na reunião trilateral acontecida na quarta-feira (28), em Cartagena das Índias, na Colômbia. Os representantes eram Henrique Meirelles (Brasil), Martín Redrado (Argentina), e Gastón Parra Luzardo (Venezuela).

A decisão faz parte da declaração conjunta assinada pelos três presidentes, onde também foi divulgada a intenção de se realizar, ainda sem data marcada, um seminário regional de integração financeira, na Venezuela, com o objetivo de a dar a "contribuição efetiva" dessas instituições para a regionalização nos países sul-americanos.

Além dessas decisões, foram debatidos temas de interesse comum entre os países, como o alinhamento da política monetária, o desenvolvimento de mercados de crédito doméstico, com a adoção de medidas para favorecer a concessão de créditos de médio e longo prazos para pequenas e médias empresas, operações de mercado aberto, além da contribuição dos Bancos Centrais para alcançar um crescimento sustentável com estabilidade macroeconômica e também de preços.

Com relação ao alinhamento da política monetária, os três presidentes concordaram que é necessário dar continuidade ao desenvolvimento de "políticas monetárias prudentes que favoreçam a estabilidade dos preços de forma compatível com os objetivos de crescimento sustentável e eqüitativo das economias nacionais". Sobre o desenvolvimento de crédito doméstico, diz a declaração, houve troca de idéias sobre as medidas já adotadas e por adotar nas três entidades para fortalecer o sistema financeiro de maneira a "incentivar a concessão de crédito de médio e longo prazos que favoreçam o desenvolvimento de projetos nacionais e regionais que beneficiem as pequenas e médias empresas".

No que diz respeito às operações de mercado aberto, os presidentes explicaram o tratamento que se concede às mesmas em suas instituições e concordaram em fazer reuniões técnicas para examinar a possibilidade de torná-las compatíveis nos três países. A declaração conjunta também registra que os Bancos Centrais devem ter um crescimento sustentável, a fim de favorecer o desenvolvimento humano, principalmente mediante a estabilidade macroeconômica e de preços. "Todos se comprometeram a fazer estudos para atingir este objetivo", diz o texto.

Os três presidentes dos Bancos Centrais do Brasil, Argentina e Venezuela também decidiram realizar reuniões similares, ao menos duas vezes por ano, para aprofundar os temas tratados e trocar idéias sobre outros temas considerados de interesse comum e que tenham a possibilidade de apresentar posições conjuntas ou coordenadas nas formas multilaterais ou regionais.