Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Quem trabalha no atendimento à saúde na Amazônia ou depende dele ganhou um aliado no combate ao isolamento. O projeto TeleSaúde da Amazônia utilizará a rede de telecomunicações do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) para transmitir resultados de exames realizados em localidades distantes dos centros urbanos.
Os exames serão recebidos e analisados por especialistas dos hospitais militares de Belém, Rio de Janeiro e Brasília, além de institutos de pesquisa que atuam na região - Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro; Fundação de Medicina Tropical, de Manaus; e Instituto Evandro Chagas, de Belém.
Marcione Ferreira, enfermeiro do Exército, trabalha em Cucui, uma localidade de fronteira no município de São Gabriel da Cachoeira, no extremo norte do Amazonas – região conhecida como "Cabeça do Cachorro". Ele está em Manaus desde a última segunda-feira, aprendendo a usar os programas e recursos multimídia adotados pelo Projeto TeleSaúde. Mais oito médicos compõem esta terceira (e última) turma de treinamento da fase piloto do projeto.
O curso terminará no sábado e até lá 27 profissionais de saúde terão passado pelo treinamento. Eles atuam em 22 hospitais, postos de saúde, distritos sanitários especiais indígenas e institutos de pesquisa que já receberam os equipamentos e programas necessários para compartilhar as fichas de pacientes, resultados de exames e laudos médicos. Segundo Moysés Cohen, coordenador do TeleSaúde, o sistema estará em funcionamento pleno apenas em junho, depois de uma fase de simulações (em abril) e testes com situações reais (em maio).
O Sipam dispõe de 700 terminais de usuários nos estados da Amazônia Legal. Em cada um deles há um computador com intranet e um aparelho de telefone e fax. A comunicação em rede é feita via satélite. "A grande vantagem é que nós sabemos que o avanço da TeleSaúde ficava restrito por falta de mecanismos de telecomunicação, seja pelo preço seja pela inexistência nas localidades interioranas. Com o Sipam, nós rompemos essa barreira e conseguimos viabilizar o projeto", comemorou Cohen.