Objetivo da reforma ministerial é garantir apoio político no Congresso, diz Nilmário

17/03/2005 - 14h37

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, afirmou que a reforma ministerial é necessária para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa garantir apoio político na Câmara e no Senado. "Desde o começo, o presidente Lula teve essa visão de que ele foi eleito com 53 milhões de votos, mas o PT não fez maioria na Câmara e no Senado e, portanto, tem que fazer uma coalizão com o pessoal do primeiro turno, do segundo turno, e até com quem não o apoiou nem no primeiro em nenhum dois turnos. Agora, está só reformulando o governo para garantir uma base política importante de apoio na Câmara e Senado".

Nilmário Miranda disse não saber quais serão as substituições na equipe ministerial, mas ressaltou que as alterações têm motivo político. "O presidente está satisfeito com o desempenho do governo, inclusive dos ministros que está trocando. Ele está trocando não por razões de desempenho de governo, mas por razões políticas".

Ao ser questionado sobre possíveis reflexos de um adiamento do anúncio da reforma, Nilmário disse acreditar que o trabalho do governo não está sendo prejudicado. "Não há prejuízo algum, isso faz parte do sistema democrático. Há intervalos regulares para o presidente da República avaliar e trocar alguns auxiliares. Vão ser poucas pessoas, a máquina está caminhando perfeitamente", afirmou o ministro, após solenidade de lançamento da cartilha Orientações para Obter o Registro Civil, realizada no Ministério da Educação.

No mesmo evento, o ministro da Educação, Tarso Genro, avaliou que uma possível perda de espaço do PT no governo não vai atrapalhar as comemorações em torno do aniversário de 25 anos da legenda, marcadas para o próximo fim de semana, em Recife. "Creio que não porque há uma compreensão da maioria do partido que o presidente tem que estar liberado para compor um governo com toda amplitude do projeto que nós representamos".

Na terça-feira (15), o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que as negociações com o Partido Progressista (PP), relacionadas à reforma ministerial, estão evoluindo "muito positivamente" e que o governo "está próximo de alcançar uma solução satisfatória com o partido".