Fiesp decide não se pronunciar sobre nova alta dos juros

17/03/2005 - 11h27

Fábio Calvetti
Da Agência Brasil

São Paulo - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não se pronunciou sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa básica de juros (Selic) de 18,75% para 19,25%. Segundo a Assessoria de Imprensa da entidade, a decisão foi tomada pela direção da Fiesp.

É a primeira vez, desde o início do processo de alta da taxa Selic iniciado em setembro do ano passado, que a Fiesp não se pronuncia. No aumento de dezembro, quando a Selic passou de 17,25% para 17,75% ao ano, o presidente da entidade, Paulo Skaf, chegou a classificar de "terorista" a ata do Copom que justificava o aumento.

Na última terça-feira (15), primeiro dia da reunião do Copom, Skaf criticou a taxa de juros. "Acho que os juros são altíssimos. Sem falar do spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e para remunerar os investimentos). Fora os juros pagos e os bilhões pagos pelo governo. Nós todos aqui pagamos R$ 120 bilhões por ano. Isso é uma distorção no Brasil. Até o FMI em relatório destacou essa questão das taxas de juros no Brasil", disse.

A declaração foi dada durante o lançamento da Campanha pela Ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN), em São Paulo. A campanha propõe que representantes da sociedade civil participem do CMN para opinar nas decisões que afetam o desenvolvimento econômico. Hoje, o CMN é composto apenas pelos ministros da Fazenda; do Planejamento e o presidente do Banco Central. A campanha propõe a ampliação do colegiado com representantes dos trabalhadores e dos empresários.