Embrapa apresenta Programa de Biocertificação para corrigir deficiências de nutrição

17/03/2005 - 6h54

Marília Santos
Da Agência Brasil

Brasília - O Programa de Biofortificação de Produtos Agrícolas para Melhor Nutrição Humana (HarvestPlus) será apresentado hoje pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) durante seminário em Brasília. O encontro discutirá a necessidade de melhorar a nutrição humana. De acordo com o programa, esse objetivo poderá ser atingido aumentando-se os nutrientes nos alimentos por meio de técnicas transgênicas.

A pesquisadora Marília Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos do Rio de Janeiro, fará a apresentação do programa que envolve países da África, Ásia e América Latina, entre eles o Brasil. "Nosso país tem uma parcela da população com deficiência em micronutrientes como vitamina A, ferro e zinco. Portanto, possuem carência nutricional, e o projeto trata de incorporar na alimentação esses micronutrientes", afirmou o presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, em entrevista à Rádio Nacional AM.

O objetivo é melhorar geneticamente os alimentos para que as populações mais pobres possam usufruir os nutrientes sem muito custo. As sementes, depois de desenvolvidas pela Embrapa, serão disponibilizadas aos agricultores. "As vantagens serão agregar valor ao produto, criar um diferencial de preços e de custo. A mercadoria será mais competitiva, sendo diferenciada", disse Crestana.

O seminário vai apresentar o contexto da deficiência em micronutrientes no Brasil, as intervenções atualmente em curso e o papel que a biofortificação poderá ocupar. O HarvestPlus pretende atuar no país por meio das culturas prioritárias: feijão, mandioca e milho.

O HarvestPlus conta com a participação de instituições de pesquisa internacionais e de diversos países que, ao longo de 10 anos, vão identificar as variedades que tenham as maiores concentrações dos micronutrientes para posterior cruzamento com variedades que possam ser cultivadas comercialmente. Sua coordenação no Brasil e América Latina é de responsabilidade da pesquisadora Marília Regini Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro - RJ).

Com informações da Embrapa.