Construção de cisternas no semi-árido terá recursos de R$ 68,7 milhões

17/03/2005 - 6h56

Bianca Estrella
Da Agência Brasil

Brasília - Em 2005, serão investidos R$ 68,7 milhões na construção de 50 mil cisternas na região do semi-árido nordestino, norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Os recursos serão repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e transferidos para a Articulação no Semi- Árido (ASA), fórum de organizações não-governamentais e entidades sociais que atuam na região.

A idéia é atingir 250 mil pessoas neste ano e ultrapassar o número de 35 mil cisternas construídas no ano passado e assim melhorar as condições de vida e de acesso à água para o consumo da população rural do semi-árido brasileiro. O programa pretende também facilitar o acesso a uma estrutura simples e eficiente de captação da água da chuva e de aproveitamento sustentável de recursos pluviais.

Cada cisterna custa, em média, R$ 1,5 mil e tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água potável. Segundo o secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, José Giácomo Baccarin, o projeto de construção de cisternas vai integrar o Bolsa Família: "A idéia é ter ações integradas para não pensar apenas no atendimento imediato, ações que estimulem a geração de emprego e renda, que permitam às pessoas ter mais acesso à educação, saúde e melhoria das condições de vida", afirmou. "É preciso ter um ação conjunta e integrada para atacar as diversas manifestações da pobreza", acrescentou.

Para receber o benefício, as famílias devem atender aos critérios do Bolsa Família (renda mensal per capita de até R$ 100), ainda que não sejam beneficiadas pelo programa. Famílias chefiadas por mulheres, com crianças de até 6 anos, família com filhos entre 7 e 15 anos; idosos e portadores de necessidades especiais têm prioridade no atendimento.

Ao aderir ao programa, os beneficiados recebem orientações sobre como utilizar e preservar a água das chuvas que é captada e armazenada nas cisternas. Além disso, a obra é feita por pessoas da própria comunidade, treinadas como pedreiros."Eu acredito que nesse país é muito possível se acabar com a fome, fornecendo um alimento de qualidade. Todas as famílias brasileiras precisam ter seu direito à vida, saúde, trabalho, cidadania e dignidade assegurados", salientou Giácomo Baccarin.

Uma parte dos recursos repassados pelo governo federal é originária de doações de pessoas físicas e empresas ao Fome Zero, feitas em contas mantidas no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Nos últimos dois anos, as doações totalizaram cerca de R$ 10 milhões, destinados à construção de cisternas. Para fazer doações ao Fome Zero basta ligar para a central de atendimento do programa no número: 0800-707-2003.