Chegada de PMs para formar força de segurança no Rio depende de infra-estrutura, diz secretário

17/03/2005 - 15h49

Brasília, 17/03/2005 (Agência Brasil - ABr) - O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, admitiu hoje que a chegada dos policiais militares que vão integrar a Força Nacional de Segurança está dependendo de melhorias na infra-estrutura. Corrêa disse que falta definir as salas onde os policiais serão treinados pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), os equipamentos que serão utilizados e os alojamentos para eles. Segundo Corrêa, é preciso também encontrar uma forma de adequar as atividades diárias do Bope com o treinamento dos policiais.

Ele não quis informar quando os policiais começam a chegar, apesar de o secretário de Segurança do Rio, Marcelo Itagiba, ter dito que o treinamento do pessoal começa neste mês. Marcelo Itagiba também informou que serão, ao todo, 600 policiais militares de vários estados, que vão desembarcar em grupos formados por 50 a 60 pessoas.

"Nossa preocupação não é chegar de qualquer jeito; é chegar de maneira que possa ajudar a Polícia Militar do estado no policiamento ostensivo", explicou Luiz Fernando Corrêa, ao participar do seminário Informação - base da segurança, promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O evento reuniu seis secretários estaduais e especialistas em segurança pública de todo o país.

Todos defenderam a necessidade de integração dos dados sobre segurança e uma ampla mobilização da sociedade no combate à violência e à criminalidade. Luiz Fernando Corrêa informou que, desde o dia 14 de dezembro do ano passado, está funcionando uma rede informatizada de dados ligando os órgãos de segurança pública de 21 e das 27 unidades da federação.

O secretário admitiu, no entanto, que ainda faltam equipamentos, capacitação técnica e empenho de alguns setores, além de recursos para acelerar o processo de integração. "Se alguém disser que está bem de recursos, ele não está no Brasil", frisou o secretário, lembrando que a estrutura de segurança pública no país foi desmontada nos últimos 20 anos. Segundo o secretário, as dificuldades enfrentadas hoje são conseqüência de um descaso histórico com a segurança da população brasileira.

Luiz Fernando Corrêa defendeu a mobilização de toda a sociedade e a busca de parcerias com a iniciativa privada para gerar recursos. Na opinião do secretário, a medida pode ajudar a compensar a deficiência de algumas secretarias de Segurança, de modo a acelerar o processo de integração no combate à violência.