MEC recebe propostas do Movimento dos Sem Universidade para reforma do ensino superior

14/03/2005 - 20h21

Débora Barbosa
Da Agência Brasil

Brasília - Sete integrantes do Movimento dos Sem Universidade (MSU) entregaram ao ministro da Educação, Tarso Genro, uma manifesto de apoio e sugestões para o debate da reforma universitária. Na manifestação, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o MSU exibiu duas placas de pedras com dez propostas gravadas para contribuir com a Lei da Reforma de Educação Superior do Brasil.

"A expectativa do MSU é que o Brasil saiba que hoje o movimento deixou gravado em pedras os dez pontos que ele não abre mão para que se construa uma reforma universitária com dignidade para milhões de famílias. Esperamos que o governo Lula seja vitorioso nesse projeto de construir um convencimento dos políticos", disse o coordenador do MSU, Sérgio Custódio.

Das cinco reivindicações apresentadas na primeira pedra estavam o fim do vestibular, pedido de mais de dois milhões de vagas públicas com garantia de qualidade do ensino superior ao superior, isenção das taxas cobradas pelas universidades públicas, garantia de 50% de vagas para a escola pública e cursos noturnos públicos.

De acordo com Sérgio Custódio, muitos trabalhos já foram feitos na educação do Brasil, mas, ainda há muita coisa a ser feita na universidade pública. "Acreditamos que a universidade brasileira tem que avançar, mas avançar com qualidade e qualificando todo o sistema de baixo a cima. A garantia de reserva de vagas para a escola pública é fundamental porque é onde vai estar o povo mais pobre, da periferia e também onde que vai estar a opção do governo do estado brasileiro de favorecer a qualificação da escola pública para que as pessoas passam por ali com um destino certo, ir para a universidade".

Entre os pontos sugeridos na segunda pedra, estavam as ações afirmativas para negros e índios, permanência pública e garantia do Conselho Social nas universidades públicas e de uma TV universitária aberta. Além disso, a proibição do financiamento de campanhas eleitorais por universidades particulares e o comprometimento das universidades com um projeto de desenvolvimento do Brasil também fazem parte das propostas.

"É necessário que o aluno permaneça na universidade porque o estado não pode fazer uma política só de acesso, tem que garantir a comida, a moradia, o transporte, o trabalho, emprego e livros para que aquela universidade seja vivida com total intensidade", disse Custódio.