Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, reafirmou hoje que as exportações continuarão sendo ponto forte da economia brasileira e que a queda na cotação do dólar não representará risco para a meta de ultrapassar os US$ 100 bilhões em vendas ao exterior. Já neste mês o país deverá registrar US$ 101 bilhões no acumulado de 12 dozes, disse o ministra, pouco antes de fazer uma palestra a investidores escandinavos, em encontro da Câmara de Comércio Sueca.
Furlan reconheceu que alguns segmentos, como o de calçados e automotivo, estão sofrendo com a depreciação do dólar. Para Furlan, a taxa cambial deverá subir para tornar o quadro "bastante atraente" para o exportador no segundo semestre. Ao justificar seu otimismo, o ministro explicou que o governo tem adotado medidas para tornar as exportações menos onerosas, como as que simplificam a burocracia envolvendo as operações.
Em sua avaliação, houve uma melhora no setor de commodities. "No começo do ano, imaginávamos que os preços da soja estariam muito baixos, mas já houve uma elevação de quase 25% na bolsa de Chicago e isso tem um efeito sobre a balança comercial", disse. Nesse segmento, na avaliação de Furlan, houve um forte aumento de custos e "possível prejuízo para os produtos atingidos pela região da seca, onde houve quebra de safra, mas houve melhora da rentabilidade nos locais onde o desenvolvimento da cultura foi normal".
Dirigindo-se aos investidores escandinavos, Furlan defendeu que o Brasil tem aberto espaço para investimentos estrangeiros no país e estimou que há condições para atrair, neste ano, algo em torno de US$ 20 bilhões. Numa alusão aos períodos de crise econômica, afirmou que "já estivemos mais perto do inferno anos atrás e estamos a caminho do céu". Segundo ele, cada vez mais tem se buscado desmistificar a visão de que o Brasil é apenas a terra do samba, café e futebol. Além das viagens do presidente Lula ao exterior, Furlan observou que o governo tem se empenhado para divulgar potencialidades de negócios no país. Em 2005, disse o ministro, a Apex - Agência de Promoção de Exportações do Brasil promoverá 550 eventos com esse objetivo.