Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os africanos esperam contar com o apoio do Brasil para a realização da Copa do Mundo de Futebol em 2010, na África do Sul. A participação brasileira já foi reivindicada por vários países. Moçambique, por exemplo, se oferece para sede da concentração brasileira na África.
"Estamos a apenas uma hora da África do Sul. Os jogadores vão encontrar aqui uma população acolhedora, que fala português como os brasileiros", avisou o ministro Antônio Fernando, em encontro com o chanceler Celso Amorim na semana passada.
O país sede da Copa, a África do Sul, mobilizou inclusive seu corpo de diplomatas para pedir apoio ao Brasil. Em comunicado conjunto finalizado na sexta-feira (11), os chanceleres do Brasil e da Índia – países que formam o G-3 juntamente com a África do Sul – se comprometeram em mobilizar esforços para o evento.
A admiração africana pelo futebol brasileiro ficou mais uma vez evidente em todos os países visitados pelo ministro Celso Amorim na semana passada. Até mesmo o Quênia, referência em maratonas de longa distância, quer um intercâmbio na área de esporte. A União Africana vai além e propõe ao governo brasileiro a realização de jogos semelhantes ao realizado no Haiti.
Diante dos pedidos, o chanceler Celso Amorim fez questão de destacar o lado comercial do futebol no Brasil. Ainda assim, o ministro não descarta a possibilidade de parcerias. De acordo com ele, existem várias faixas possíveis de atuação.
"Podemos enviar, por exemplo, técnicos brasileiros, alguns até das próprias Forças Armadas, e receber jogadores africanos aqui, oferecendo uma bolsa", disse Amorim. "Também podemos trabalhar na organização de uma partida anual de futebol que marque, por exemplo, campanhas contra a fome ou pela paz."