Produção científica ainda não aumentou competitividade de produtos brasileiros, diz secretário

07/03/2005 - 10h38

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - O secretário executivo do Conselho Nacional de Educação, Ronaldo Mota, afirmou hoje que a produção científica das universidades brasileiras vem crescendo de forma acelerada, mas não tem sido capaz de induzir um conjunto de inovações tecnológicas que consigam tornar os produtos da indústria mais competitivos nos mercados interno e externo.

Segundo ele, à medida que a sintonia venha ocorrer, será possível gerar mais empregos, arrecadar mais impostos, melhorar a qualidade de vida da população e permitir que o Estado possa refinanciar a educação básica.

"Nós produzimos excelente ciência, mas ainda não conseguimos gerar impacto no setor produtivo, em termos de inovação tecnológica" e esse é um ponto central na reforma, disse, ao participar do 2º Fórum Inter-regional de Debates sobre a Reforma Universitária, no hotel Atlante Plaza.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, deputado Armando Monteiro Neto, argumentou que o Brasil só vai ser uma economia moderna e dinâmica se adotar um modelo educacional adequado. "Esse fórum oferece uma oportunidade para que todos os setores contribuam com essa discussão", enfatizou.

Para ele, há necessidade de reorientar a matriz de formação acadêmica, dando mais espaço aos cursos de ciências exatas e engenharia, porque o Brasil precisa estimular o desenvolvimento científico e tecnológico.

O coordenador de articulação e negociação do Instituto Euvaldo Lodi, Marcos Formiga, que faz parte do sistema da Confederação Nacional da Indústria, observou que o Brasil é o 17º país em produção de pesquisa do mundo, mas deixa a desejar no que ser refere à área dos estudos científicos com vistas à inovação ou seja a adição de valor agregado para melhorar produtos e serviços. Formiga defende a formação superior direcionada a área da pesquisa tecnológica, com oferta de mais cursos de engenharia, biologia, química, física e astronomia.

O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco, Jorge Corte Real, informou que o setor está propondo ao Ministério da Educação uma ação articulada para viabilizar investimentos que tornem as universidades centros de excelência.

O projeto de reforma universitária, que está recebendo contribuições da sociedade, deve ser submetido ao congresso nacional até o início de julho.