Lula deve anunciar reforma ministerial até sexta-feira, diz Mercadante

07/03/2005 - 19h23

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), reiterou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar a reforma ministerial até sexta-feira (11). Mercadante ressaltou, entretanto, que Lula é quem define o "tempo necessário" para encontrar as soluções necessárias ao governo e ao país. "Ele disse que ia anunciar a reforma a qualquer momento, muito provavelmente nesta semana, mas é ele quem define o tempo", disse o líder.

Segundo Mercadante, a grande dificuldade em torno da reforma ministerial está na quantidade de pretendentes aos cargos contra o número de vaga disponíveis aos futuros ocupantes. "Sempre tem mais gente querendo entrar do que vaga no ministério. É uma engenharia complexa", afirmou Mercadante. Para ele, a reforma ministerial tem como principal objetivo reformular a base de sustentação do governo no Congresso – aumentando ou reduzindo a participação de partidos aliados nos ministérios. "Uma das preocupações da reforma é a base de sustentação do governo na Câmara e no Senado".

Mercadante ressaltou que o ministro da Cordenação Política, Aldo Rebelo, não pode ser responsabilizado pela derrota do PT na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. E enfatizou que o presidente Lula é quem dará a palavra final sobre a permanência de Aldo Rebelo e de outros ministros no primeiro escalão. "O ministro Aldo goza de grande confiança do presidente. Ele não pode ser responsabilizado pelas dificuldades. Ele fez um grande trabalho à frente do ministério. Portanto, como será a montagem desse novo sistema de articulação, quem são os responsáveis e qual o papel, compete ao presidente", resumiu.

O senador também não comentou quais as chances de o PP, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PE), receber um ministério com as mudanças. "Só o presidente anuncia ministro. E o presidente já tinha dito que tinha interesse no PP". Na avaliação de Mercadante, "está na hora" de o presidente Lula executar as mudanças no ministério. "Ele sabe, e está trabalhando para poder concluir essa reforma", disse o senador. Ele também garantiu que o PT vai contribuir no que for necessário para que o presidente faça acomodações de outros partidos no ministério. "O PT é o partido do presidente, tem compromisso com esse projeto, e sabe da importância de construir um governo de coalizão".

Já o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), não escondeu a ansiedade com que o partido aguarda o anúncio da reforma ministerial. "O tempo urge, e não gostaríamos de ficar nesse sofrimento. É muito sofrida essa espera para saber quem é quem", disse o líder aliado.

Segundo Ney Suassuna, o PMDB não vai abrir mão de aumentar o espaço do partido nos ministérios. Atualmente, o PMDB ocupa as pastas das Comunicações, com Eunício Oliveira, e da Previdência Social, com Amir Lando. "Não arredamos o pé. O PMDB é um partido grande, e queremos que ele tenha reconhecimento de parceiro prioritário", enfatizou. Para Ney Suassuna, o presidente Lula tem hoje um tabuleiro de 35 peças "que têm que ser movidas sem gerar crises".