Danielle Gurgel
da Agência Brasil
Brasília - O grande presente para as mulheres neste Dia Internacional da Mulher seria a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, segundo a coordenadora do Programa Gênero, Raça, Pobreza e Emprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Solange Sanchez. "O mundo está tomando consciência das desigualdades entre homens e mulheres e o Brasil tem muito o que comemorar. No entanto, mesmo com tantos avanços, ainda precisamos melhorar", declarou.
Ela explica que os fatores mais preocupantes é a taxa de desemprego, ainda muito maior do que entre os homens, e a remuneração feminina no mercado. "Hoje, no Brasil, as mulheres já têm, em média, escolaridade maior do que os homens. No entanto, a escolaridade das mulheres, principalmente das negras, não tem o mesmo valor para os empregadores". De acordo com a coordenadora, entre os profissionais que têm curso superior completo, as mulheres recebem cerca de 60% menos do que os homens.
Existe também, de acordo com Solange, o mito de que as mulheres custam mais caro para o empregador, devido à maternidade e a outros benefícios. Para verificar a extensão dessa afirmação, a OIT fez uma pesquisa em vários países da América Latina e concluiu que na Argentina, Chile, México, Uruguai e também no Brasil, os custos monetários adicionais relacionados à contratação das mulheres equivalem a menos de 2% do salário pago a elas.
"Todas as nossas atividades buscam envolver o governo, os trabalhadores e os empregadores, de maneira que exista diálogo produtivo entre eles". Solange destaca também que a sociedade deve conhecer a realidade das estatísticas para que o debate possa ser feito mais produtivo. Amanhã, Dia Internacional da Mulher, a OIT deve participar de uma série de eventos programados pelo governo e por setores da sociedade.