Fiesp defende queda da taxa de juros de longo prazo

07/03/2005 - 15h49

Pedro Z. Malavolta
Da Agência Brasil

São Paulo – A Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP) deveria ser fixada entre 6% a 8% para ficar próxima das taxas de retorno sobre o patrimônio líquido das empresas, é o que defende a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Essa taxa é utilizada como referencial para financiamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O valor da TJLP é fixado pelo Banco Central e a taxa aplicada atualmente pelo BNDES é de 9,75% ao ano.

Em estudo divulgado nesta segunda-feira (7), a Fiesp afirma que o crescimento da TJLP já acompanha as variações da taxa Selic, que serve como base para movimentações financeiras e é utilizada para controlar a inflação.

O diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, Ricardo Roriz Coelho, critica a elevação de todas as taxas de juros como fórmula para conter a inflação. "Aumentar a taxa de juros para o consumidor ajuda a conter a inflação, mas quando se aumenta a taxa de juros para quem produz, acontece o efeito inverso".

Segundo Coelho, os industriais repassam o aumento dos custos de investimento para os preços dos produtos. Em sua avaliação, se em lugar de aumentar os preços os empresários pudessem elevar a produção, isso poderia diminuir as pressões sobre a inflação.