Nilmário Miranda diz que acusados de executar missionária têm direito de defesa

28/02/2005 - 21h49

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, lembrou que, assim como todos os brasileiros, os acusados de assassinar a missionária Dorothy Stang também têm direito de defesa. "Embora no caso da missionária Dorothy Stang, ficou claro que os acusados de matá-la não lhe deram direito de defesa a ela, quando a assassinaram friamente", afirmou.

Nesta segunda-feira, após a acareação dos acusados pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, na Delegacia de Polícia de Altamira, a comissão especial de parlamentares, composta pelos senadores Ana Júlia Carepa (PT-PA), Demostenes Torres (PFL-GO), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), confirmou que o prefeito de Anapu, Luiz dos Reis Carvalho (PTB), foi citado pelos presos. O senador Demóstenes Torres informou que Clodoaldo Carlos Batista ("Eduardo") e Rayfran das Neves Sales ("Fogoió") mencionaram o envolvimento do prefeito quanto ao pagamento de um advogado para defendê-los.

"O Rayfran e o Clodoaldo reconhecem que, quando chegaram à fazenda do Bida (Vitalmiro Bastos de Moura), o mandante, ele teria dito para que fugissem para a floresta e, se fossem presos, negassem que tanto ele quanto o Tato (Amir Feijoli da Cunha) tiveram participação no crime. Também, que eles arrumariam um advogado na ordem de R$ 50 mil a R$ 100 mil para custear isso. E que fariam uma coleta, não especificou entre quem, mas uma coleta para recolher este dinheiro. No momento em que se falou de coleta, se falou também no nome do prefeito", relatou Demóstenes Torres. O prefeito negou todas as acusações.

Indagado sobre a suposta participação do prefeito, o ministro Nilmário Miranda apenas comentou "que a prefeitura não pode contratar advogados para pessoa física. Só pode contratar para pessoas da própria prefeitura, quando acusadas."