Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse há pouco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retomar as discussões com os partidos da base do governo sobre a reforma ministerial somente após o seu retorno do Uruguai, na próxima quinta-feira, após participar da cerimônia de posse do presidente Tabaré Vázquez, amanhã, em Montevidéu.

No Palácio do Planalto, Lula discutiu hoje a reforma ministerial com Calheiros, o senador José Sarney (PMDB-AP), o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo. Renan Calheiros informou que o presidente comentou rapidamente a repercussão de seu discurso quinta-feira passada, no Espírito Santo: "O presidente Lula não quer precipitar o processo eleitoral de 2006 e não entende esta radicalização. Ele disse que vai fazer o possível para que a radicalização da oposição não contamine a economia e o desenvolvimento do país".

Quanto à reforma ministerial, ainda segundo Calheiros, o presidente considerou ter acertado ao transferir as discussões sobre a composição de sua equipe para depois das eleições das presidências da Câmara e do Senado. Agora, Lula quer esperar uma definição sobre a liderança do PMDB na Câmara, ressaltou Renan Calheiros. "Ele fez um apelo à unidade partidária", acrescentou o senador.

Em duas horas e meia de reunião, não foram discutidos nomes e, tampouco, pastas a serem ocupadas pelos peemedebistas, segundo Calheiros: "Esta conversa sinalizou que a reforma ministerial está por chegar, mas a profundidade e o cenário cabe ao presidente definir".

O presidente do Senado defendeu junto a Lula a criação de um novo modelo de relacionamento do governo com os partidos aliados. "Este modelo de coordenação política está exaurido", disse o senador, acrescentando que "para garantir sua sustentabilidade política o governo tem que refazer sua relação com os partidos".