Especial 3 - Coordenadora em Goianésia defende novo modelo de assistência social

27/02/2005 - 9h25

Paula Menna Barreto
Repórter da Agência Brasil

Goianésia (GO) - A coordenadora do Programa de Assistência Integral à Família (Paif), Ivanildes Barbosa, diz que o modelo de assistência social mudou no país. "Antes era mais individual, hoje trabalhamos com toda a família", diz. Para ela, o conhecido paternalismo brasileiro não funciona e é preciso acabar com o assistencialismo. "A gente até dá a vara, ensina a pescar, mas não pode entregar o peixe limpo", afirma.

Ivanildes credita também os bons resultados dos programas sociais em Goianésia, uma pequena cidade de 50 mil habitantes localizada a 300 quilômetros do Distrito Federal, ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). "Desenvolvemos o nosso trabalho com muito respaldo do MDS, somos uma grande equipe", diz.

A qualificação profissional oferecida pelos programas na cidade goiana beneficia também pessoas que estão vivendo temporariamente em reclusão. Um grupo de usuários de drogas, internados no Movimento Jovem de Libertação (Mojoli), recebe treinamento profissional. O objetivo é que estejam preparados para o mercado de trabalho e possam ser reinseridos na sociedade ao deixar o programa de recuperação.

Gérson da Silva Ramos tem 42 anos e aparência de mais de 50. Ele é casado, tem três filhos e há 30 anos é usuário de drogas. Gerson conta que começou a fumar maconha aos 12 anos de idade. Daí em diante não parou mais e passou para a cocaína, a merla e muito álcool. "Eu já estava nas últimas quando vim para a casa de recuperação", lembra.

Gérson teve a oportunidade de fazer um curso de criação de peixes e diz que a atividade deu ânimo aos internos. "Foi muito bom, queremos que tragam ainda mais cursos de serralheria, marcenaria e artesanato". Como os dirigentes dos programas sociais, ele acredita que sair da casa de recuperação com a possibilidade de desenvolver uma atividade fará a diferença.