Paula Menna Barreto
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário de Ciência, Tecnlogia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Luiz Carlos Bueno de Lima, foi exonerado hoje (25) por determinação do ministro Humberto Costa.
Segundo o secretário-executivo do Ministério, Antônio Alves, o secretário foi exonerado porque infringiu normas do serviço público e divulgou informações inverídicas.

"É bastante grave o que ele fez", disse Antônio Alves. "Levou insegurança à sociedade, ao divulgar inverdades sobre a responsabilidade do Ministério da Saúde na falta de medicamentos para portadores de HIV/Aids", afirmou o secretário. Luiz Carlos Bueno, entretanto, disse que não acredita ter sido demitido pelas denúncias que fez e atribuiu ao ministro um tentativa "de prejudicar e desestabilizar a Secretaria".

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que os problemas com a distribuição dos anti-retrovirais registrados nas últimas semanas foram circunstanciais. De acordo com a nota, assim que soube da falta dos medicamentos, o Ministério tomou providências imediatas para regularizar o abastecimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O secretário-executivo do Ministério da Saúde informou que, para aids, estão previstos recursos de R$ 900 milhões no orçamento deste ano, o que inclui a compra de medicamento para ampliar o estoque estratégico. "Vamos atender 180 mil pessoas este ano, 30 mil a mais que em 2004", afirmou.

O ex-secretário Luiz Carlos Bueno ressaltou que o ministro Humberto Costa sabia da possibilidade de colapso na rede. "Trinta mil pessoas sofreram ou estão sofrendo com a falta de medicamentos, ocasionada porque o ministro ignorou meus avisos", afirmou o ex-secretário, ressaltando que fez alertas sobre o problema.

Antônio Alves enfatizou, entretanto, que as declarações do ex-secretário não correspondem à verdade. "Não é verdade que ele tenha procurado o ministro, nem eu fui procurado por ele", disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde.