Tempo médio de estudo das mulheres já é superior ao dos homens, revela IBGE

24/02/2005 - 9h12

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio – A Síntese dos Indicadores Sociais 2004, divulgada no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as mulheres já têm uma média de tempo de estudo superior à dos homens (7,0% contra 6,8%). Esse resultado pode ser explicado pelo fato de os meninos abandonarem os estudos mais cedo para entrar no mercado de trabalho, e pelas mudanças socioeconômicas dos últimos anos, que levaram a mulher a competir no mercado e a assumir mais responsabilidades domésticas, como o sustento da família.

Segundo o estudo, em 2003 aproximadamente 55% das mulheres no mercado de trabalho concluíram pelo menos o ensino fundamental; enquanto que, 55% dos homens empregados não conseguiram terminar esse ciclo. O maior nível de escolaridade foi registrado no Distrito Federal, onde as mulheres tinham pelo menos 10 anos de estudo.

O aspecto positivo do nível de instrução não se reflete, no entanto, nos salários pagos pelas empresas, uma vez que os homens ainda são favorecidos. Segundo o IBGE, as mulheres têm salários menores em todos os níveis de escolaridade. Em 2003, os homens com até três anos de estudo recebiam em média um salário de R$ 343,30 contra R$ 211,0 pagos às mulheres com o mesmo nível de escolaridade.

Para aqueles com grau de instrução entre 8 a 10 anos de estudo, o salário médio pago foi de R$ 631,70 contra R$ 350,60 pagos às mulheres. Acima de 11 anos ou mais de estudo, a pesquisa mostra que a relação entre os salários dos homens e mulheres permaneceu inalterada; as mulheres recebiam 58,6% do rendimento dos homens com a mesma escolaridade.