Número de casamentos cresceu 4,5% em 2003 em relação ao ano anterior

24/02/2005 - 11h29

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - O número de casamentos cresceu 4,5% em 2003, se comprado ao ano anterior. Na década, no entanto, o aumento foi de apenas 0,2%, o que significa retorno ao nível verificado em 1993. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais 2004, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o Instituto, o número de casamentos flutuou na década de 90 registrando o menor resultado em 1998, quando foram realizados 697 mil uniões. No ano seguinte houve um aumento para 786 uniões legais. A economista do IBGE Ana Sabóia explicou que isso quer dizer que a população cresceu, mas o número de casamentos não acompanhou a evolução. "A interpretação pode ser dada por novos padrões culturais, novos valores, maior dificuldade econômica", disse ela.

Para Ana, parte desse crescimento pode ter ocorrido com a celebração de casamentos coletivos realizados em parceria entre órgãos públicos, igrejas e organizações não governamentais. A pesquisa apontou ainda que, em média, entre as uniões legais 10,4% dos cônjuges tinham idade abaixo dos 20 anos, enquanto com pessoas acima de 60 anos era apenas de 1,8%. Ela acredita que esse resultado pode demonstrar uma corrida ao casamento motivada por uma gravidez fora de planejamento entre outros fatores como desejo de independência da família.

Já no índice de dissoluções de casamentos, por separação judicial, o levantamento indicou queda de 1,0 para 0,9 por mil habitantes em relação a 1993. Em contrapartida a taxa geral de divórcios teve crescimento passando de 1,1, em 1993, para 1,3, em 2003. A economista considera que esse comportamento pode ser explicado com a maior participação da mulher no mercado de trabalho. "No passado muito recente o marido era o principal provedor. Hoje, já podemos levantar a hipótese de que a entrada no mercado de trabalho levou a mulher a ter mais liberdade", afirmou.

Ana informou que não se pode afirmar que o percentual de crescimento de 4,5%, registrado em 2003, se repeta em 2004, mas destacou que a melhoria da economia e do número de postos de trabalho é um atrativo para o aumento no número de casamentos. "As pessoas ficam incentivadas a se unirem e provavelmente os casamentos aumentam", disse.