Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - As mulheres já são responsáveis por quase 30% dos lares brasileiros. De 1993 a 2003, o percentual cresceu mais de 40% no Sul, a maior taxa entre as regiões brasileiras. No Nordeste e no Sudeste o crescimento foi de 29%, como mostra a Síntese dos Indicadores Sociais 2004 divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A presença do cônjuge, no entanto, ainda foi um padrão dominante nos últimos dez anos. Outro destaque foi a redução do tamanho das famílias na década, influenciada pelo menor número de filhos e de pessoas. A diminuição foi mais intensa no Nordeste, onde o número de pessoas na família passou de 4,1 para 3,5 e o de filhos, de 2,1 para 1,6 no período.

A pesquisa também constatou que, no Nordeste e no Norte é grande o percentual de famílias formadas só por mães e filhos. "A ausência do marido e do pai justifica-se pelo fato de ainda haver nessas regiões uma significativa base rural, sendo freqüente a saída do homem em busca de melhores oportunidades", explicou a coordenadora do estudo Ana Lúcia Saboya.

Quanto aos rendimentos, a pesquisa mostra que, entre 1993 e 2003, caiu a proporção de famílias com rendimento médio per capita de até meio salário mínimo e aumentou o número daquelas que vivem com dois salários mínimos. A distância entre os 40% mais pobres e os 10% mais ricos permaneceu a mesma na década passada.

Segundo a pesquisa, em 2003 só uma pessoa tinha ocupação em quase 40% das famílias. Os destaques foram o Distrito Federal, com um percentual de 46,6%, e as regiões metropolitanas de Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro, com cerca de 45%.