Mais de 50% da mão de obra nacional tinha baixa escolaridade em 2003

24/02/2005 - 7h29

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje no Rio de Janeiro pelo IBGE, identifica estar no grupo etário de 25 a 49 anos o maior índice de pessoas em atividade no país em 2003, da ordem de 81,1%, seguido das pessoas na faixa etária dos 18 aos 24 anos (73,2%). No capítulo dedicado ao "Trabalho e Rendimento", a pesquisa verificou ainda uma taxa de 11,5% para o grupo etário entre 10 e14 anos no mercado de trabalho e de 24% para pessoas com 65 anos e mais.

Por escolaridade, o maior percentual (82,2%) foi encontrado no grupo com 12 anos ou mais de estudo, embora os sem instrução e com menos de um ano de estudo ainda representem mais de 50%, alcançando 52,2%.

O estudo do IBGE revela que a taxa de desocupação em 2003 alcançou 9,7%, com aumento em relação a 2002, em função da maior procura feminina por trabalho (12,3%), superior a dos homens em 4 pontos percentuais. A taxa de atividade na população entre 10 e 14 anos de idade, entretanto, mostrou queda em torno de 1 ponto percentual em relação a 2002. A desocupação afetou principalmente as crianças e adolescentes, a população feminina e as pessoas com maior grau de escolaridade.

A coordenadora do estudo, economista Ana Lúcia Sabóia, observou que em 2003 o mercado de trabalho não estava muito favorável para os jovens. "Foi um ano especialmente difícil para a economia", lembrou, acrescentando que "quando se tem períodos de crise econômica, os primeiros a serem expulsos do mercado de trabalho são os jovens, as mulheres e também as pessoas mais escolarizadas, porque é mais fácil demitir os altos salários do que os baixos, que são geralmente são das pessoas que estão na produção".

Por grupos de estudo, a taxa de desocupação foi maior no grupo com oito anos ou superior a esse período, atingindo 11,3%, o que corresponde a uma elevação de quase 1 ponto percentual em relação a 2002. As regiões Norte e Nordeste mostram as maiores taxas de desocupação nessa faixa de estudo: 12,6% e 12,5%, respectivamente, seguidas do Sudeste, com 12,2%.