Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - O indicador global de saneamento - que reúne dados sobre abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo - indica que, em 2003, 64,1% das moradias urbanas em todo o país tinham acesso ao sistema de saneamento adequado. As diferenças nessa área, entretanto, são mais acentuadas em nível regional. Enquanto no Sudeste o índice atingia 86,2% das moradias, na região Norte apenas 11,5% dos domicílios tinham acesso ao saneamento básico. O levantamento é do relatório Síntese dos Indicadores Sociais 2004, divulgado no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, 99,5% dos domicílios no Brasil tinham luz elétrica, 91,7% possuíam geladeira e 90,3% possuíam televisão a cores. O estudo indica porém que, embora 89,6% do total de residências brasileiras recebesse água encanada, o sistema de saneamento básico no país não acompanhou a expansão dos serviços de abastecimento de água. Apenas 55,3% das moradias urbanas tinham acesso à coleta de esgoto, contra 44,7% que continuavam usando fossas rudimentares, fossas sépticas e outras formas alternativas de esgotamento sanitário.
Em termos de abastecimento de água, a região Sudeste apresentava a melhor situação em 2003, com 95,5% dos domicílios atendidos, contra apenas 57,5% na região Norte. Por regiões metropolitanas, a situação mais desfavorável foi observada em Belém, com apenas 58,3% das residências atendidas, enquanto São Paulo e Belo Horizonte registravam os melhores serviços, com 98,4% e 98,3%, respectivamente.
Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, a situação mais favorável foi encontrada na região Sudeste, onde 80,8% dos domicílios utilizavam redes coletoras. Na região Norte, no entanto, apenas 4,5% tinham acesso a coleta de esgoto.
Em relação aos serviços de coleta de lixo, o estudo revela que 88,6% dos domicílios foram atendidos diretamente em 2003, com um aumento significativo em regiões antes desfavorecidas. Apesar disso, as regiões Norte e Nordeste permaneceram abaixo da média nacional, com 77,4% e 78,2% das residências atendidas. Em todo o Nordeste, apenas o estado do Rio Grande do Norte ficou acima da média nacional, com 92% dos domicílios atendidos por coleta de lixo direta. No Norte, Roraima (94,8%), Tocantins (94,4% ) e Amapá (89,4%) são os destaques. Entre as regiões metropolitanas nessas duas regiões, Fortaleza lidera com 81,1% dos domicílios atendidos, contra 59,7% das moradias de Salvador.