Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) concluiu em sua última reunião, na semana passada, que o processo de aceleração da inflação observado no último trimestre de 2004 foi interrompido, o que reduz as probabilidades de risco para o comportamento dos preços.
A ata da reunião, distribuída hoje pelo Banco Central, ainda menciona "incertezas" nas projeções macroeconômicas como razão para a elevação da taxa básica de juros (Selic), dos 18,25% de então para 18,75% ao ano. O documento revela, no entanto, que "fatores de risco" não devem ser confundidos com "evidência de perda de efetividade" da política monetária.
Para os membros do Copom, o processe de ajuste da Selic deveria manter o ritmo programado, seguido de período "suficientemente longo" de manutenção dos juros, como forma de trazer a trajetória futura da inflação para o objetivo estabelecido em 5,1%. As estimativas dos analistas de mercado, no entanto, são próximas de 5,7%.
De acordo com a ata, a elevação de meio ponto percentual deixou a taxa básica de juros em "nível próximo" ao que promoverá a convergência da inflação para a trajetória das metas; mas "ainda não será possível dar por concluído" o processo de ajuste iniciado há seis meses. Novos aumentos virão, mas o "número de etapas adicionais", segundo o documento, vai depender do cenário de mercado.
O membros do Copom afirmam que "a autoridade monetária estará pronta para adequar às circunstâncias o ritmo e a magnitude do processo de ajuste", caso se verifique mudanças no cenário da inflação, ou agravamento de outros fatores de risco acompanhados atentamente pelo comitê.