Spensy Pimentel
Enviado especial
Altamira (Pará) – O governo ganhou na justiça o direito de posse de duas glebas reivindicadas pela missionária Dorothy Stang, executada a tiros no dia 12 de fevereiro, a caminho do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança. O Ministério do Desenvolvimento Agrário que o ministro Miguel Rossetto deve visitar o Pará entre quarta e quinta-feira para participar de um ato para receber a imissão de posse das áreas.
As imissões serão destinadas à ampliação dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) no estado. A decisão foi tomada pela desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Selene Maria de Almeida, em ações propostas pela Procuradoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Pará.
A primeira corresponde a uma área de 3 mil hectares no lote 55 da Gleba Bacajá, que era ocupada por Pedro de Freitas Fenelon e também reivindicada por Vitalmiro Gonçalves de Moura, o "Bida", suspeito de ser mandante do crime contra a missionária. O lote era pleiteado por Dorothy Stang e pelos assentados do PDS Esperança, porque acreditavam que a terra era pública e tinham sido griladas.
O segundo é o lote 130 da Gleba Belo Monte, que integrará o PDS Virola Jatobá. A imissão de posse da área foi dada ao Incra na última quinta-feira (17). O lote também possui 3 mil hectares e estava sendo utilizado irregularmente por Francisco Ribeiro de Oliveira e a Américo Ribeiro do Nascimento.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, os PDSs foram criados em 1999 por uma portaria do Incra. Eles são destinados às populações que baseiam sua subsistência no extrativismo, na agricultura familiar e em outras atividades de baixo impacto ambiental.