Senadores e deputados reúnem-se amanhã para discutir reforma política

21/02/2005 - 20h15

Marcos Chagas e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Há mais 10 anos em discussão no Congresso Nacional, a reforma política retorna ao centro dos debates na atual legislatura, impulsionada pelas mudanças de parlamentares de partidos para compor comissões e definir líderes. Amanhã (22), os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), promovem almoço com todos os presidentes e líderes dos partidos representados nas duas Casas do Congresso para tentar um acordo que viabilize a aprovação da matéria ainda no primeiro semestre deste ano.

A reforma política já foi aprovada pelo Senado e está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). O almoço será na residência oficial da presidência do Senado. Também vão participar do encontro o ex-senador Sérgio Machado (PMDB-CE), relator da matéria no Senado, e o deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), relator na comissão especial da Câmara, convidados pelo senador Renan Calheiros.

O presidente do Senado defende a aprovação dos pontos consensuais da reforma o mais rapido possível. Os outros pondos, segundo Renan Calheiros, seriam aprovados para vigorar depois das eleições de 2006, para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. "Para mim, a espinha dorsal é o financiamento público de campanhas, a fidelidade partidária, o fim das coligações nas eleições proporcionais, sistema de lista partidária, o fim da verticalização das coligações e o estabelecimento das cláusulas de desempenho", afirmou o presidente do Senado.

Severino Cavalcanti, por sua vez, propõe uma ampla discussão da reforma política com a sociedade. "Acho a reforma fundamental, mas não uma coisa dirigida para beneficiar alguns. Ela precisa ser discutida com a sociedade", alertou o presidente da Câmara.

Sobre as denúncias de que deputados estariam se beneficiando financeiramente na troca de partidos, Cavalcanti disse que tudo será devidamente apurado pela Casa. "O que não podemos permitir é que essa desconfiança paire sobre todos os deputados", afirmou.