Presidente do Senado lamenta troca-troca partidário

21/02/2005 - 12h37

Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), lamentou hoje o troca-troca partidário que tem afetado o PMDB. Segundo o senador, o Brasil perde com "a briga interna" entre os peemedebistas. A situação, na avaliação do senador, demonstra a urgência da reforma política."Essa coisa do troca-troca, da migração, da locação, do aluguel, contaminava as legendas menos expressivas e começa, agora, a contaminar as grandes legendas. Pelo amor de Deus, isso tem que acabar", afirmou.

Durante um café da manhã com jornalista, hoje, o senador ressaltou que a reforma política, com a criação da clausula de barreira, pode, sobretudo, acabar com os pequenos partidos de aluguel. "Claro que, na conjuntura nacional, isso começa a contaminar os outros partidos, os maiores partidos. O PMDB é um pouco vítima disso", afirmou.

Calheiros lembrou que o PMDB é um grande partido com 17 candidatos favoritos nos estados. Segundo ele, o atual presidente, deputado Michel Temer (SP), precisa agir com isenção e deve voltar a ser um magistrado. "O presidente não pode ser a vanguarda de uma única corrente", destacou. O parlamentar alagoano disse que deve trabalhar pela convergência e que, na hora em que o PMDB é essencial para governabilidade, o partido não pode minimizar seu papel.

Entre as mudanças previstas na reforma política, em análise na Câmara, estão o financiamento público de campanhas; a implantação das listas fechadas, pelas quais o eleitor passará a votar em chapas organizadas pelas convenções partidárias; e o fim das coligações nas eleições proporcionais, com a criação de federações partidárias, às quais os partidos deverão permanecer filiados por no mínimo três anos.

A reforma também institui a cláusula de barreira, pela qual um partido, para eleger um deputado federal, precisa obter 2% dos votos do eleitorado nacional distribuído, em pelo menos, nove estados.