Exportação de software terá investimento de R$ 11,8 milhões em 2005

21/02/2005 - 19h48

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os investimentos em software produzidos no Brasil contarão com R$ 11,8 milhões apenas em 2005. Desses R$ 4,6 milhões são Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e o restante da Sociedade para Promoção da Excelência de Software Brasileiro (Softex). Nesta segunda-feira, o governo federal e o setor privado assinaram, em São Paulo, um convênio para incentivar a exportações desse tipo de produto.

Atualmente, o total de vendas para o mercado externo é de cerca de US$ 500 milhões, contra US$ 1,1 bilhão de importações. A meta do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é exportar US$ 2 bilhões em 2007. A produção de softwares está entre as áreas prioritárias da política industrial do governo.

"Queremos dar visibilidade ao software brasileiro. Hoje, poucas empresas no mundo lembram do Brasil como produtor de softwares", enfatizou o presidente da Apex, Juan Quirós. "Minha preocupação é fortalecer a marca Brasil lá fora", afirmou. Segundo ele, O Brasil tem grande potencial de competitividade em áreas como automação bancária, telecomunicações, gestão empresarial, saúde, segurança e governo eletrônico.

O convênio fechado hoje com a Softex – entidade sem fins lucrativos que visa o desenvolvimento da indústria brasileira de Tecnologia da Informação (TI) cria o chamado Projeto Setorial Integrado para Exportação de Software e serviços Correlatos (PSI–SW), um plano abrangente que tem por objetivo aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas produtoras de softwares no mercado externo.

As ações incluem estudos e pesquisas de mercado, participação em missões comerciais, feiras e eventos, articulação com multinacionais para fornecimento de produtos e serviços por empresas brasileiras, entre outras frentes de atuação com foco prioritário nos mercados dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, China, Espanha, França, México e Argentina, e foco secundário em Emirados Árabes, Rùssia, Chile e Angola.

"É preciso ressaltar as oportunidades deste projeto. O potencial estimado do mercado internacional é de US$ 700 bilhões, US$ 100 bilhões e US$ 600 bilhões para serviços" revelou Quirós. De acordo com o presidente da Softex, Márcio Girão Barroso, estas oportunidades decorrem fundamentalmente de um movimento de terceirização dos processos de Tecnologia da Informação nos EUA, Europa e Ásia, do processo de adoção mundial de software livre e de fenômenos como os processos de inclusão digital deflagrados em vários países.

Barroso diz, porém que "essa janela se fechará, talvez rapidamente, na medida em que empresas de vários paises também a enxergarem. Agilidade, competência e ousadia serão fatores determinantes na busca por um lugar de destaque do lado de dentro dessa janela", alerta.

Voltado para pequenas e médias empresas, o programa setorial já nasce com 100 inscritos de todo o país – destes, apenas 30 declararam a efetivação de vendas para o mercado externo em 2004. A meta do PSI é que as 100 empresas, somadas, exportem US$ 16 milhões em 2005. A este grupo devem-se somar outras 100 que já participam de programas regionais semelhantes da Apex.

O PSI está aberto a qualquer empresa que atue nos segmentos de software pacote, software semi-customizado, offshore/outsourcing (software sob encomenda) e software de download/ ASP. Na ficha de inscrição, a empresa define os mercados e ações que a interessam e, a partir destas informações, Apex e Softex montam um programa de promoção comercial e desenvolvimento de competitividade específico para cada corporação.