Marina Silva acredita que assassinato de freira foi retaliação

12/02/2005 - 19h03

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva já está na cidade de Anapú, no Pará, onde foi assassinada a missionária Dorothy Stang, 73 anos. Segundo testemunhas locais, o crime ocorreu às 9 horas, no horário de Brasília, no momento em que a irmã caminhava com um agricultor da região. Dorothy seguia para um encontro onde iria organizar um mutirão para construir um salão comunitário no assentamento Esperança, situado a 45km de Anapú, onde ela residia há 27 anos.

Em entrevista à TV Nacional, Marina Silva disse que pedirá ao governador do Pará, Simão Jatene, que não deixe o crime ficar impune. Segundo ela, o assassinato foi uma retaliação às atividades de demarcação de reservas extrativistas e aos projetos de assentamento de trabalhadores na região. Neste sábado, a ministra esteve na reserva Verde Para Sempre, onde anunciou, juntamente com o Incra, a liberação de recursos para 4,5 mil famílias que vivem no local.

"Hoje era um dia importante para a irmã Dorothy, que ia discutir com a comunidade o recebimento dos recursos que o governo federal vai liberar através do Incra e infelizmente aconteceu essa desgraça. Mas o Estado brasileiro vai reagir fazendo justiça para que nenhum processo de intimidação possa criar qualquer retrocesso na regularização fundiária e no combate à grilagem e à exploração irregular de madeira no Pará", afirmou.