Nelson Motta e Ana Paula Marra
repórteres da Agência Brasil
Brasília - A TV Brasil, um canal público internacional dirigido inicialmente aos países da América do Sul, deve entrar no ar em caráter definitivo ainda este ano. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a emissora vai "engrandecer" as parcerias brasileiras com outros países do mundo. Para isso, Lula falou da necessidade da TV ter uma programação plural, "capaz de fazer com que o nosso público-alvo assista e nos dê razão de termos criado essa televisão".
Entre os dias 26 e 31 de janeiro, foi montada em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, uma emissora-piloto que realizou a cobertura do 5º Fórum Social Mundial. Durante os seis dias foram produzidas mais de 90 horas de programação com transmissão ao vivo em espanhol das principais atividades do evento. Foram, em média, 15 horas de transmissão diária.As informações puderam ser captadas na América do Sul, Central e Norte e até na Europa Ocidental, através de sinais transmitidos por um segmento especial de 6 MHz no satélite NSS-806, cedido gratuitamente pela empresa Newskies para os seis dias do Fórum.
Depois de assinar um termo de compromisso com o qual os três poderes da república somam esforços para a prestação de serviços televisivos para o exterior com os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, João Paulo Cunha; do presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Veloso; e do presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, Lula fez uma defesa enfática da comunicação como instrumento de integração.
"Nós estamos fazendo um canal não para ocupar uma onda de satélite. Nós queremos um canal para que determinados setores da sociedade se sintam na obrigação de tomar conhecimento do que acontece na América do Sul e na América Latina", disse o presidente.
O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, foi categórico ao defender a importância da TV Brasil para a divulgação do país no mundo. "Precisamos mostrar um pouco o lado bom do Brasil porque o lado ruim vamos deixar para os outros anunciarem. É claro que sem tornar esse canal tão oficial que impeça de anunciar as dificuldades que nós temos e que nós reconhecemos e que queremos tratá-las para poder superá-las".
O ministro Carlos Veloso, depois de elogiar o "bom momento" em que vive o Poder Judiciário no Brasil, destacou que a chegada da nova televisão vai possibilitar uma maior integração dos povos de todo o mundo.