Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje que aguarda uma convocação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a Medida Provisória 232, que eleva a carga tributária das empresas prestadoras de serviços.

Skaf reuniu-se com Lula na última sexta-feira (4), em Brasília. "Levei ao presidente a preocupação de toda a sociedade. Este segmento presta serviços à indústria, obviamente a indústria está preocupada com isso e o comércio também", afirmou Skaf.

De acordo com o presidente da Fiesp, Lula manifestou interesse em discutir a MP 232 após o Carnaval. "Certamente ele não estaria chamando uma reunião para discutir o assunto se não estivesse realmente interessado em aprofundar esta questão e, eventualmente, fazer as mudanças necessárias. Estou otimista", disse.

A MP 232, publicada no Diário Oficial da União em 31 de dezembro de 2004, estabelece outras bases e regras para o cálculo de impostos para empresas prestadoras de serviços. Ela aumenta a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de 32% para 40% para as empresas de serviço que optam pelo regime de lucro presumido.

Não é apenas a MP 232 que incomoda a indústria. Skaf garantiu que o setor apenas aguarda a divulgação dos números definitivos do Produto Interno Bruto (PIB) de 2004 para cobrar um "compromisso" assumido pelo governo federal. "Vamos cobrar caso se registre aquilo que desconfiamos, que é um aumento em torno de 1% na carga tributária, porque havia um compromisso em não haver aumento da carga tributária em 2004", justificou.