Presidente da Fiesp acredita em queda de juros com nova Lei de Falências

10/02/2005 - 17h54

São Paulo, 10/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - "Com a sanção da nova Lei de Falências (sancionada ontem à noite pelo presidente Lula), teremos obrigatoriamente uma redução muito significativa dos juros e dos spreads bancários", afirmou hoje o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf. Segundo ele, não há mais desculpa para taxas elevadas.

"Esta lei coloca em segundo lugar, após os créditos trabalhistas, os créditos bancários com garantia real móvel ou imóvel. Isto é tudo o que os bancos sempre pediram, se comprometendo com a baixa de juros e de spreads. Agora precisa que os spreads baixem para valer. Chega de sangria na sociedade", disse Skaf.

O presidente da Fiesp lembrou que os spreads do Brasil são os maiores do mundo. Os spreads são as taxas de intermediação cobradas pelos bancos, equivalentes à diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro que captam e o que cobram pelo dinheiro que emprestam.

"Nosso spread entre pessoas físicas e jurídicas é em média de 40%. Nos países que vêm em segundo lugar, o spread é abaixo de 10%", enfatizou, garantindo que taxas mais baixas não beneficiam apenas a indústria. "Isto beneficia o Brasil, beneficia a sociedade", afirmou Paulo Skaf.

Um estudo realizado pela Fiesp mostra que os brasileiros – pessoas físicas e jurídicas – gastam anualmente R$ 118 bilhões em juros. Deste total, R$ 73 bilhões referem-se a spread bancário.

Segundo a Fiesp, este valor seria de R$ 16 bilhões caso o Brasil aplicasse as mesmas taxas de spread que a média dos vizinhos latino –americanos, o que significaria uma economia equivalente a 3,5% do PIB.

"O excesso de spread retira 3,5% do PIB do consumo e investimento das famílias e empresas. Isto poderia estar proporcionando mais bem-estar social, consumo e investimento", afirma Paulo Skaf.