Inflação na cidade de São Paulo em janeiro tem a menor variação desde 2002

10/02/2005 - 14h31

Marli Moreira
Repórter da Agêncuia Brasil

Brasília - O Índice do Custo de Vida (ICV) na cidade de São Paulo foi de 0,91%, em janeiro, 0,37 ponto percentual acima do resultado de dezembro (0,54%). Na comparação com igual período dos últimos três anos, a taxa foi a menor registrada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-Econômicos (Dieese). Em janeiro de 2002, o ICV acusou alta de 1,06%; em 2003, 2,92% e em 2004, 1,46%.

Na comparação com dezembro, a elevação foi puxada principalmente pelos aumentos dos preços de educação e leitura, saúde e transporte coletivo. Matrículas e mensalidades escolares subiram em média 7,96% e os livros didáticos, 16,24%. No grupo saúde, a maior pressão foi dos planos de seguro e convênios médicos, que ficaram em média 1,72% mais caros, enquanto medicamentos e produtos farmacêuticos apresentaram ligeira majoração de 0,11%.

Em transportes, o reflexo inflacionário deixou de ser com o reajuste nos combustíveis, que foi de 0,78%, e ficou com a alta de tarifas. Os bilhetes do Metrô tiveram reajuste de 5,87% em média. O bilhete múltiplo com direito a dez viagens ficou 8,82% mais caro, passando de R$ 17,00 para R$ 20,00. Os ônibus escolares ficaram 9,51% mais caros; os coletivos intermunicipais, 7,64%, e os trens de subúrbio, 6,14%.

A coordenadora da pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, disse que o resultado surpreendeu os técnicos do Dieese, que esperavam aumentos mais significativos. Ela estimou que em fevereiro haverá queda da inflação, tomando por base a acomodação de preços sazonais como os da área de educação, por exemplo. Para a coordenadora, o ICV deve variar 0,30%.

Segundo ela, apesar da alta que a chuva deste verão provocou nos preços de algumas hortaliças e leguminosas, essas oscilações não causaram grande impacto no item alimentação, que subiu apenas 0,22%. A explicação é que houve compensação com a queda de alguns produtos in natura e semi-elaborados como arroz (-4,82%), limão (-59,14%), tomate (-2,54%), uva (-19,50%), manga (-15,13%) e mamão (-13,02%).

Os legumes tiveram alta média de 3,41%, com destaque para o chuchu, com uma das maiores variações (28,77%), a batata (20,67%) e as hortaliças (6,51%). Enquanto nos alimentos in natura houve elevação de 0,14%, os vendidos em restaurantes subiram, em média, 0,77%.