Falha de drenagem pode ter causado afundamento na BR 116, diz ANTT

10/02/2005 - 11h36

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Resende, disse hoje em entrevista à Agência Brasil, que tudo indica que houve falha na drenagem durante a construção da pista do trecho da Rio-Teresopolis-Além Paraíba, na BR-116. Na última terça-feira uma cratera de 20 metros de profundidade surgiu no meio da pista. Um caminhão e um carro de passeio que trafegavam no local caíram no buraco. O motorista do caminhão morreu na hora.

A rodovia é administrada pela Concessionária Rio-Teresópolis (CRT). Para Alexandre Resende, que esteve no local do acidente nesta quinta-feira, a primeira avaliação indica um acúmulo de água desde a construção da rodovia, em 1965, por falha na drenagem, agravado pela forte chuva da última semana. Ontem (09) ele determinou a abertura de uma comissão que já está investigando as causas do acidente. Os técnicos estão analisando os relatórios da concessionária, que é obrigada, por contrato, a enviar regulamente à ANTT dados sobre o monitoramento da rodovia, entre eles o nível de mobilidade da pista.

Segundo o diretor-geral da ANTT se ficar comprovado que a empresa tinha indícios de que o problema poderia acontecer e não tomou providência, ela será punida com o pagamento de uma multa que pode chegar a R$ 10 milhões, além de pagar pelos prejuízos causados aos motoristas. Caso a comissão conclua que a concessionária não foi a responsável pelo acidente, o relatório da ANTT vai liberar o pagamento do seguro à CRT.

Ele disse ainda que os usuários não podem ser penalizados com o aumento no preço do pedágio. A Concessionária Rio-Teresópolis tem 30 dias para concluir as obras de recuperação na pista, mas até a próxima sexta-feira (18) tem de estar pronto um desvio que facilite o tráfego no local. O relatório da comissão da Agência Nacional de Transportes Terrestre deve ficar pronto em dois meses.