Crescimento da produção industrial confirma recuperação salarial, diz economista

10/02/2005 - 10h59

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - O desempenho da produção industrial brasileira, que cresceu 8,3% em 2004, confirma a recuperação da massa salarial, influenciada pelo aumento do número de vagas no mercado de trabalho. A afirmação é do coordenador de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Salles, ao analisar pesquisa divulgada pelo instituto nesta quinta-feira.

De acordo com Salles, outro fator que contribuiu para esse desempenho foi o aumento das exportações, particularmente no setor automobilístico pois, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), houve aumento de 17,8% no número de veículos leves exportados no ano passado.

O economista acredita que neste ano a tendência de crescimento da produção industrial será mantida e que haverá uma maior expansão da demanda, principalmente na produção de alimentos para o mercado interno.

Segundo o IBGE, o crescimento da produção industrial foi o melhor desempenho desde 1986, ano do Plano Cruzado em que a indústria cresceu 10,9%. O desempenho favorável atingiu 26 das 27 atividades industriais pesquisadas e foi impulsionado pela melhoria nas condições de crédito, pelo aumento de vagas no mercado de trabalho e pela forte expansão das exportações.

A pesquisa do IBGE mostra que o desempenho mais expressivo em 2004 foi dos setores de bens de consumo duráveis, com alta de 21,8%, e de bens de capital, com expansão de 19,7%. O primeiro influenciado pelo crescimento da produção de automóveis, geladeiras e fogões e o segundo pela produção de máquinas e equipamentos. O setor de bens intermediários (insumos para a indústria e combustíveis) cresceu 7,4% e o de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (alimentos, bebidas, roupas e calçados) cresceu 4%, atingindo a melhor marca desde 1996.