Candidatos à presidência da Câmara discutem equiparação de salário com ministros do STF

10/02/2005 - 12h15

Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Dois dos três candidatos que participaram hoje de debate sobre as principais propostas de campanha para a presidência da Câmara dos Deputados admitem discutir a equiparação salarial dos parlamentares com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que os deputados federais passem a ganhar o salário de R$ 21.500.

O candidato oficial do PT, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), declarou que a equiparação não é a principal bandeira de sua campanha. Lembrou, no entanto, que se trata de uma questão constitucional que deve ser discutida com transparência para que as responsabilidades sobre o assunto sejam compartilhadas. "Não sei se deputado ganha muito ou pouco. O que sei é que deputado trabalha. É uma falsa impressão pensar que deputado não trabalha", afirmou.

O deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) disse que o ônus burocrático da Câmara é muito grande e que a Casa "gasta muito e gasta mal". Afirmou que qualquer decisão sobre aumento de salário deve vir acompanhada de redução de gastos. Lembrou, no entanto, que "não é possível fazer uma campanha eleitoral nestes termos".

Durante debate organizado pela rádio CBN, o candidato José Carlos Aleluia (PFL-BA) foi o único deputado que declarou textualmente que não lutará por aumento salarial. "Não é momento de se pensar dobrar salário, até por que é o momento de se melhorar a imagem do Legislativo", disse.

Os candidatos avulsos Severino Cavalcanti (PP-PE) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ) não foram convidados para participar do debate. A eleição para nova Mesa Diretora da Câmara ocorre no dia 14 de fevereiro, quando os 513 deputados vão eleger os onze integrantes da Mesa, entre eles, o presidente que vai comandar a Câmara pelos próximos dois anos.