Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A semana do Carnaval, que tradicionalmente esvazia os corredores do Congresso Nacional está sendo diferente neste ano, por causa da proximidade com a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, marcada para a próxima segunda-feira (14). A partir de amanhã (10), os deputados começam a chegar a Brasília para as reuniões em que os partidos escolherão seus representantes na disputa dos cargos da Mesa.
Na sexta-feira (11), o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), reúne-se com ministros e líderes da base aliada para fazer um balanço da campanha do candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), à presidência da Casa. Será a segunda vez que João Paulo Cunha reunirá líderes e ministros para avaliar a campanha de Greenhalgh - a última foi em jantar na quarta-feira, quando o presidente da Câmara, Greenhalgh e os ministros Aldo Rebelo, da Coordenação Política, e José Dirceu, chefe da Casa Civil, fizeram uma avaliação sobre os números da campanha do candidato oficial do PT.
O primeiro partido a reunir sua bancada para definir os nomes indicados aos cargos da Mesa será o PP, que amanhã à tarde homologa o nome do deputado Ciro Nogueira (PI) como candidato oficial do partido à segunda vice-presidência da Câmara. Também amanhã o PDT se posiciona sobre a campanha - o partido não tem direito a cargos na Mesa Diretora, devido ao critério de proporcionalidade das bancadas.
Mesmo com a intensa movimentação dos partidos nesta semana, a maioria das legendas deixou para segunda-feira (14) de manhã a reunião para oficializar os candidatos. O prazo para registro das candidaturas encerra-se às 15 horas de segunda-feira, e o início da sessão para a escolha dos novos dirigentes da Câmara está previsto para as 16 horas.
A exemplo do que ocorre com a presidência da Câmara, a disputa também é intensa nos outros seis cargos da Mesa Diretora. Só para a primeira vice-presidência, cargo que cabe ao PFL, há quatro candidatos: Mussa Demes (PI), José Thomaz Nonô (AL), Robson Tuma (SP) e César Bandeira (MA). A primeira-secretaria, escolhida pelo PMDB, está sendo disputada pelos deputados Henrique Eduardo Alves (RN), Valdemir Moka (MS) e o recém-filiado ao partido Inocêncio Oliveira (PE).
Nem mesmo durante o Carnaval a campanha parou. Os cinco candidatos à Presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), Virgílio Guimarães (PT-MG), Severino Cavalcanti (PP-PE), José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Jair Bolsonaro (PFL-RJ), aproveitaram o período para fazer campanha - por telefone, ou pessoalmente, em conversas com parlamentares em vários estados. Amanhã, Greenhalgh, Virgílio, Severino Cavalcanti e Aleluia intensificam a campanha em Brasília.
Domingo (13), o PT reúne sua bancada, a maior da Câmara, com 90 deputados, para indicar o nome do suplente à Mesa. O objetivo do encontro também é fazer um balanço final e traçar as últimas estratégias de ação a serem desenvolvidas na segunda para eleger Greenhalgh já no primeiro turno.
Pelo critério da proporcionalidade, no qual os maiores partidos têm preferência na escolha dos cargos da Mesa Diretora, o PT deverá ocupar a presidência da Câmara e uma das quatro suplências - por ser o partido com maior bancada. Já o PMDB, que tem a segunda maior bancada, escolheu a primeira secretaria e uma suplência.
O PFL, que reúne a terceira maior bancada da Câmara, vai ocupar a primeira vice-presidência. O PP, com a quarta bancada, optou pela segunda vice-presidência - que acumula a Corregedoria da Câmara. O PTB ficou com a segunda-secretaria, enquanto o PSDB, escolheu a terceira, e o PL, a quarta-secretaria. As duas últimas suplências serão ocupadas por representantes do PPS e do PSB. Os demais partidos não têm direito a ocupar cargos na Mesa Diretora devido ao critério da proporcionalidade.