Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) lançou hoje a segunda Campanha da Fraternidade Ecumênica. O tema deste ano é Solidariedade e Paz e, o lema, Felizes os que promovem a paz. Uma das ações previstas pelo Conic para este ano é a ampliação da parceria com a Campanha do Desarmamento, coordenada pelo Ministério da Justiça, e o apoio ao referendo de outubro.
Esse referendo pode levar à proibição da venda de armas de fogo no Brasil. As setes igrejas que fazem parte do Conic defendem o fim da comercialização de armas em todo o território nacional. A Campanha da Fraternidade Ecumênica prevê a criação de fóruns pela paz A Campanha da Fraternidade Ecumênica prevê a criação de fóruns pela paz, para divulgação de informações nas igrejas e comunidades sobre o perigo do porte de armas para quem não trabalha com segurança pública.
As entidades cristãs querem incentivar a devolução voluntária de armas nas próprias igrejas. O presidente do Conic, bispo da Igreja Metodista Adriel de Souza Maia, informou que serão realizadas marchas e caravanas pelo desarmamento e pela paz.
"Nós estamos convidando todas as pessoas que têm armas em casa que as entreguem", disse o bispo. "As pessoas que não têm armas devem se desarmar psicologicamente, espiritualmente, para que tenhamos uma sociedade em que possamos dialogar, especialmente com o diferente", acrescentou.
Desde que foi criada, a Campanha do Desarmamento já recolheu cerca de 230 mil armas. De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça, para este ano, estão previstos no Orçamento Geral da União R$ 200 milhões para que o Tribunal Superior Eleitoral realize referendo sobre a venda de armas. O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Pedro Sherer, espera que essa verba não sofra contigenciamento.
"É uma ação substancial, que pode ser importante, e nós vamos apoiar esse plebiscito com certeza. Seria lamentável se não houvesse dinheiro para promovê-lo", disse o secretário-geral da CNBB. "Por outro lado, quero reforçar uma palavra que já foi dita: só isso não é suficiente. A paz não se resolve com entrega de armas. Ela requer algo mais, ela requer uma cultura da paz", afirmou.