Hugo Chávez convoca união latino-americana e elogia Kirchner, Vasquez e Lula

31/01/2005 - 5h28

Aloisio Milani
Enviado especial

Porto Alegre - Ao subir os primeiros degraus do palco do ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi aplaudido de pé por mais de 10 mil pessoas. Durante o discurso de quase duas horas, isso se repetiria por outras seis vezes até suas palavras finais. Chávez defendeu a união dos líderes latino-americanos.

Depois de pregar ao longo de toda sua fala que a "revolução" deve ser o objetivo final das esquerdas mundiais, o presidente venezuelano reconheceu que existem tempos e ritmos diferentes entre os países buscarem esse objetivo. Na seqüência, Hugo Chávez elogiou os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, da Argentina, Néstor Kirchner, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Há fases e ritmos [diferentes] nos processos que não têm só a ver com as situações internas de cada país, mas também com a situação internacional. Eu aprecio e quero Lula. Ele é um bom homem, tem um grande coração e é um irmão, um companheiro. Com Lula e o povo do Brasil, com Néstor Kirchner e o povo argentino, com Tabaré Vázquez e o povo uruguaio, estou seguro que iremos abrir o caminho para o sonho de uma América Latina unida", disse.

O presidente da Venezuela afirmou que está convencido, "cada dia mais", que o único caminho para romper com a hegemonia capitalista é por meio da revolução. "Não há outro caminho. É nessa condição que venho a Porto Alegre, um militante a mais. Um militante da causa revolucionária."

Para ele, o Fórum Social Mundial, após suas cinco edições, é o evento político de maior importância do mundo. "Não há outro dessa magnitude. Estou aqui porque o FSM se converteu numa sólida plataforma de debate e de discussão. Uma ampla, sólida e rica plataforma, onde a maior parte dos excluídos, os que não tem voz e espaço no poder, aqui vêm se expressar."

Chávez participou de uma conferência juntamente com o ministro das Cidades, Olívio Dutra, o governador do Paraná, Roberto Requião, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, e o ativista francês e diretor do jornal mensal Le Monde Diplomatique, Ignacio Ramonet.