Rio, 12/1/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os exportadores brasileiros podem ganhar mais tempo para internalizar as divisas provenientes da venda de produtos no exterior. Atualmente, os empresários têm prazo de seis meses, depois do embarque da mercadoria, para fazer a internalização, mas, se depender do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o prazo será estendido para um ano. A informação foi dada pelo ministro Luiz Fernando Furlan, que participou hoje da assinatura de um protocolo de intenção para a construção de um novo complexo siderúrgico localizado ao Porto de Sepetiba, zona oeste do Rio.
"A legislação que rege o câmbio no Brasil é uma legislação muito antiga, da época em que havia crises cambiais", disse o ministro. Ele defende a manutenção dos recursos no exterior enquanto o empresário espera uma cotação mais favorável para a vender os dólares no mercado interno. "O que nós estamos estudando é que o exportador possa manter essas divisas no exterior, já obviamente contabilizadas, portanto, fazendo parte das reservas brasileiras, mas internalizar no momento mais adequado, evitando que seja obrigado a vender o dólar numa época em que a cotação está menos favorável", afirmou Furlan.
Sobre o impacto que a medida pode causar no câmbio, o ministro disse que a mudança reduz a oferta obrigatória de dólar no mercado interno e faz aumentar seu preço, que, para ele, deveria ficar na casa dos R$ 3,00. Ele acrescentou que o aumento no prazo de internação depende de mudanças no prazo da legislação e que as alterações devem ocorrer até o fim de março, depois da negociação que está sendo feita com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
De acordo com o ministro, a medida também serve de incentivo às exportações, uma vez que a mudança reduz o risco e o custo de captação das empresas brasileiras no exterior.