Brasília, 8/1/2005 (Agência Brasil - ABr) - Madereiros do oeste do Pará ameaçam interditar na segunda-feira (10) a BR-163, que liga Cuiabá, no Mato Grosso, a Santarém, no Pará. Eles querem o aumento do prazo estipulado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para o recadastramento de terras. O Incra publicou uma portaria que faz o processo de reordenamento da setor da BR-163, exigindo recadastramento de todos os certificados rurais da região. O prazo vai até o dia 31 para as terras com mais de 400 hectares e até 31 de março para áreas de 100 a 400 hectares.
O foco da manifestação será o município de Novo Progresso, no oeste do Pará, pois comporta o maior número das indústrias madereiras e se destaque pelo rápido crescimento econômico e demográfico. O Sindicato das Indústrias Madereiras disse ser "impossível" realizar o geoprocesamento exigido pelo Incra no prazo em que foi determinado. "Nós somos contra o Incra tomar medidas e enfiar goela abaixo", ressalta o vice-presidente do sindicato, Leocir Valério.
Mas para o chefe da unidade avançada do Incra de Santarém, Pedro Santana, a reclamação dos madereiros se concentra no tamanho das terras que serão regularizadas. "Eles querem que o Incra regularize áreas de mais de 400 hectares", diz. Além disso, acrescenta que terras da União serão destinadas a reforma agrária. O impasse afeta diretamente cerca de 270 mil pessoas da região que dependem do setor madereiro.
Em março de 2004, o Ministério do Meio Ambiente desenvolveu o Plano de Desenvolvimento Sustentável para a Área de Influência da BR-163. O objetivo é pavimentar a rodovia e promover o desenvolvimento sustentável da região, combinando inclusão social e conservação dos recursos naturais.