Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário de estado norte-americano, Colin Powell, reafirmou nesta noite, ao conceder entrevista aos jornalistas, que o Brasil é um forte candidato a ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Explicou, no entanto, que o governo dos EUA ainda aguardam o resultado final dos estudos realizados pela ONU sobre a reforma de suas estruturas para apontar que país deve ou não participar.
Quanto a essa questão, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não pediu apoio dos Estados Unidos para que consiga uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. "Neste momento, estamos aguardando o relatório final, a análise feita pela ONU", disse.
No final de setembro, após viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sede da ONU, em Nova Iorque, Inglaterra e França anunciaram apoio ao Brasil numa possível reforma do Conselho de Segurança. Japão, Alemanha e Índia também pleiteiam uma vaga permamente com direito a voto e veto. Atualmente, somente cinco países possuem esse status: Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia.
Nesta tarde, Powell reuniu-se com presidente Lula também para tratarem sobre as propostas de combate à fome no mundo. Segundo Powell, apesar de haver algumas divergências entre Estados Unidos e Brasil quanto à forma de se arrecadar dinheiro para este fim, o secretário americano disse compartilhar com a preocupação de Lula.
O secretário norte-americano reforçou a necessidade de os países continuarem discutindo a proposta do presidente brasileiro de destinar uma parte do imposto pago aos Estados para combater a fome e a miséria mundial. Amorim disse que divergências são normais e contribuem para o renascimento de novas idéias. "Não precisamos concordar com tudo. São dessas discordâncias que nascem o diálogo", afirmou.