Lula deve discutir reeleição de Marta com prefeitos petistas, afirma João Paulo

05/10/2004 - 15h36

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os seis prefeitos petistas eleitos no primeiro turno das eleições municipais nas capitais já estão reunidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A reeleição da prefeita Marta Suplicy, em São Paulo, deverá ser um dos temas discutidos no encontro, afirmou o prefeito reeleito em Recife, João Paulo.

"Acredito que o presidente Lula dirá como poderemos contribuir (para a reeleição de Marta). Estou chegando aqui na condição de soldado para saber qual será a minha tarefa", afirmou o prefeito pernambucano.

João Paulo considera "fundamental" para o projeto político do Partido dos Trabalhadores (PT) a conquista da prefeitura de São Paulo. Marta Suplicy está concorrendo com José Serra (PSDB). "O partido tem necessidade de ganhar em São Paulo. O PT não pode perder naquela capital. Acredito que vamos ganhar e, agora, é só acertar a estratégia", avaliou o prefeito.

Já Fernando Pimentel, reeleito para a prefeitura de Belo Horizonte (MG), tem visão diferente sobre as declarações do colega João Paulo. "Acho que o Brasil não se resume a São Paulo. O Brasil é muito maior que São Paulo e o PT é um partido nacional. Vamos ganhar na capital paulista mas, mesmo que não ganhe, o país é bem maior que São Paulo", afirmou o prefeito mineiro.

Quanto à relação dos prefeitos com o governo federal, Pimentel avalia que algumas questões devem ser revistas. Citou, por exemplo, a legislação que rege os financiamentos para o setor público. Segundo o prefeito de Belo Horizonte, a maioria dos grandes municípios, com exceção de São Paulo, está com suas contas saneadas e tem capacidade para realizar novos endividamentos. Muitas vezes, segundo ele, estes empréstimos são concedidos pelos bancos estrangeiros, mas emperram nas resoluções do Senado e do Banco Central, que autorizam ou não a contratação destas dívidas. "O presidente poderia começar a pensar desde já em mudanças nestas resoluções", afirmou Pimentel.