Paula Medeiros e Carolina Pimentel
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial é mais uma forma de valorizar a cultura do país. "As grandes dinâmicas culturais se dão justamente na dimensão imaterial. São os nossos ritos, as nossas lendas, os nossos mitos, as nossas formas de expressão, as nossas formas culinárias, as nossas formas de convívio. Tudo isso que caracteriza o patrimônio imaterial. É por onde se move de forma mais eloqüente, eu diria, paradoxalmente, de forma mais palpável a cultura brasileira", disse ao participar do lançamento do programa no Palácio do Planalto junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O programa reúne uma série de medidas para a identificação, reconhecimento, salvaguarda e promoção dos bens culturais de natureza imaterial. Ele será desenvolvido por meio de parcerias com instituições dos governos federal, estadual e municipal, universidades, organizações não-governamentais, agências de desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura, à pesquisa e ao financiamento.
Entre os projetos financiados pelo Programa estão o inventário Celebrações e Saberes da Cultura Popular, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, o Projeto Multiculturalismo em situação urbana, que trata das referências culturais na região do bairro do Bom Retiro, as Referências Culturais dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro (AM), que reúne informações sobre as comunidades indígenas da região, e as Rotas da Alforria – trajetórias da população afro-descendente na região de Cachoeira (BA).
O ministro informou ainda que nesta quinta-feira (7) viajará para a China, onde vai participar da reunião de ministros da Cultura de mais de 50 países. Segundo ele, um dos temas do encontro é a iniciativa da Unesco de criar "uma convenção internacional da diversidade cultural". A idéia da convenção, ainda de acordo com Gilberto Gil, é fortalecer a proteção cultural nos países em desenvolvimento.