Vendas no comércio em São Paulo cresceram 4,92% em agosto

01/10/2004 - 13h58

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - As vendas no comércio na região metropolitana de São Paulo cresceram 4,92% em agosto em relação ao mesmo mês de 2003. A alta foi menor do que a registrada nos últimos meses e é a mais baixa desde março (2,77%), de acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio). Em julho o crescimento foi de 13,62% em relação a julho de 2003.

No acumulado do ano, o faturamento subiu 7,06%, também mais baixo que o resultado do acumulado até julho (7,38%). Isso ocorreu porque o faturamento de agosto registrou queda de 2,55% nas vendas do varejo em relação a julho.

Quatro setores tiveram queda no faturamento ante agosto de 2003: lojas de departamentos (1,27%), lojas de eletroeletrônicos e cine-foto-som (2,71%), supermercados (2,65%) e lojas de autopeças (6,69%).

Segundo os economistas da Fecomércio, o faturamento dos supermercados foi prejudicado pela forte concorrência que, na disputa por consumidores, lançou um excesso de ofertas em julho, o que esvaziou o movimento em agosto.

Os crescimentos mais expressivos do mês foram registrados pelas lojas de eletrodomésticos (23,03%) e as concessionárias de veículos (26,69%). A Fecomércio atribui o resultado positivo à queda dos juros ao longo do ano, o que propiciou ao consumidor boas condições de crédito.

Mas, de acordo com as previsões, é provável que a situação se modifique devido à recente alta da taxa básica de juros (Selic), de 16% ao ano para 16,25% ao ano, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e à possibilidade de novas elevações nos próximos meses.

O grupo de semiduráveis (vestuários, tecidos e calçados) registrou forte desaceleração em agosto, com as vendas crescendo 6,27%. Na comparação com julho, houve queda de 12,45%, o que mostra o efeito da sazonalidade.

O segmento de materiais de construção apresentou resultado positivo em agosto (3,62%), após apresentar queda de 0,52% em julho, o que indica a tendência de recuperação do setor, que começou a se beneficiar do processo de aquecimento da economia, de acordo com os economistas da Fecomércio.