Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O calor de 27 graus e a baixa umidade de 28% não desanimaram os cerca de 2.500 idosos que se reuniram, nesta sexta-feira, para uma caminhada, na Esplanada dos Ministérios. Com balões brancos nas mãos, os idosos fizeram alongamento e cantaram ao som da banda do Corpo de Bombeiros, em comemoração ao Dia Internacional do Idoso e ao primeiro ano da assinatura do Estatuto do Idoso pelo presidente Lula.
A mobilização, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), está sendo realizada em várias capitais do país. A secretária executiva adjunta do MDS, Eliana Kátia Campos, disse que a caminhada é uma "comemoração à grande vitória do respeito que se deu à ‘terceira idade’ a partir do Estatuto".
"Não só é um momento de comemoração, mas também um alerta para toda a sociedade sobre a importância de se cumprir o estatuto em todo o território nacional", acrescentou a secretária.
Aposentado há sete anos, Genísio Maciano dos Santos disse que tem aproveitado a vida fazendo atividades em um grupo "dos mais vividos". Para ele, o estatuto revela o reconhecimento do poder público sobre a importância e a necessidade de garantir a qualidade de vida dos idosos. Na prática, Genísio dos Santos disse que ainda é preciso avançar para que a sociedade respeite os idosos e seus direitos. "A sociedade precisa ter consciência para que os idosos possam participar de atividades para viver mais".
Aos 64 anos, Maria do Carmo de Lima reinventou a marchinha de carnaval "Cachaça", de Mirabeau Pinheiro, L.Castro e H.Lobato, cantando "Se você pensa que a velhice é triste, a velhice não é triste, não. A nossa tem alegria, com muita emoção". Maria do Carmo contou que a participação em um grupo de terceira idade tem sido importante para viver esse momento. "Eu tenho três pontes de safena, sou diabética, mas não deito para pensar na minha enfermidade. Penso só que amanhã vou estar melhor", disse.
A secretária executiva adjunta do MDS disse que o conceito de terceira idade vem mudando, nos últimos anos. "Tem havido um fortalecimento do que significa, hoje, a terceira idade. É uma idade ativa, presente, participativa e que sabe defender os seus direitos", afirmou Eliana Kátia.